segunda-feira, junho 24, 2013

O Sol de amanhã

Lá fora uma lua está a brilhar ...
dentro do meu corpo ainda há algo errado ...
existe lá fora um caminho a trilhar...
é como se todo o trunfo fosse encerrado ...
Não posso apenas enfrentar o céu negro da noite chuvosa ...
não estou com forças para sair e encontrar com as luzes da cidade ...
são as palavras que voltaram, ou eu que as busco para enfrentar a solidão?
são apenas lutas, ou estamos em meio a uma guerra gloriosa?
resta saber depois de todo este sangue derramado há felicidade?
ou estamos fadados a um cemitério repleto de corpos e putridão?

Caem as gotas na janela ...
do lado de dentro eu apenas fito os desafios da chuva do lado de fora ...
sinto cada uma delas ... escorrerem por meu rosto ...
é como se eu não pudesse mais ser eu mesmo ...
e o tempo que passa leva cada pedaço que ainda encontro dentro de mim ...
o vazio que assume o espaço é como se já fosse a muito meu ... mas eu nem sei ao certo se posso ser algo ...

como se nada mais fizesse parte doq restou ...
é como se nada mais explicasse onde estou ...
o vazio que assume minha forma ...
toma não só meu rosto mas tudo por fora ...
me resta então fitar os olhos no espelho ...
procurando no fundo algo que ainda possa ser real ....
mas é como se apenas houvesse desespero...
de que adianta, numa jogatina, ser o único leal ...
existem coisas que necessitam de outras para co-existir ....
existem rimas que pedem para serem criadas ....
algumas outras, muitas vezes até todas, esperam vc desistir ...

No vazio entre uma gota e outra ...
apenas a certeza do silêncio entre um choque e outro ...
nada mais faz sentido quando se perde sua essência ...
e junto a coragem de enfrentar o sol de amanhã.